Comecei a escrever este texto em um sábado ensolarado, começo de final-de-semana, planos para aproveitar os dois dias sagrados de folga, sentei em frente a tela do computador, e como de costume coloquei algumas músicas para tocar enquanto leio alguns sites e blogs da minha preferência. Quando tocou a primeira música, parei por alguns instantes o que estava lendo e a escutei. Era a suave melodia poética deles, dos caras, os incomparáveis Beatles.
Depois de escutar um pequeno trecho me veio a cabeça uma questão a muito debatida: O que está acontecendo com a música? Onde andam os bons músicos? Por quê hoje em dia temos que garimpar para acharmos coisas boas? Não existem mais músicos qualificados? Acabou-se a criatividade de todos? Ou eu estou com o paladar musical atrasado? Acredito que nenhuma dessas alternativas. eu acredito que estamos vivendo a deterioração da música.
Quando ligamos a TV em um domingo de tarde escutamos que "você não vale nada, mas eu gosto de você", a música gaúcha se propaga aos gritos de "vai mexendo o panelão", o nosso samba de raíz e símbolo da música brasileira foi substituido pelo pagode, onde em média 10 dançarinos (e não músicos) cantam ao embalo de um cabelo oxigenado e dos passinho um-pra-cá-um-pra-lá, o verdadeiro som do sertão não existe mais, e o que se ouve hoje são músicas descornadas produzidas pela mídia para o consumo imediato.
Hoje a música não é mais do autor, ele não tem mais a liberdade de criá-la como ele, artista gostaria de ver sua obra. Hoje a música antes de ficar pronta para gravar, passa por uma triagem de produtores, os quais cada um dá seu pitaco para que a música fique consumível.
Analisando o contexto dessa situação, percebe-se que a culpa de tudo isso estar acontecendo com a música é do próprio público que se deixa ludibriar com essa falsa arte, já que hoje, com os recusros tecnológicos disponíveis, qualquer um pode ser um "artista". Freud disse uma vez que ele conseguia expressar o que sentia quando observava uma escultura, ou uma bela tela de algum pintor de seu gosto, porém, o que ele sentia com relação à música era indescritível, tamanha a fascinação que emanava dele. Por isso penso que já que temos ensinos sobre obras-de-arte, filósofos, também deveríamos ter em nossa grade escolar um espaço destinado ao ensino da música, ressaltando sua história, estilos e os grande nomes que lapidaram essa arte que encanta a todos. Quem sabe assim possa haver uma chance de acabarmos com as tardes de domingo ao som de funk's, pagodes e afins.
26.9.09
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